22 de mai. de 2013

Biodiversidade: água e conservação em destaque


O Dia Internacional da Biodiversidade destaca a importância da água e da sensibilização da sociedade para o tema 
O guepardo, o animal terrestre mais rápido do mundo pode desaparecer até 2030 
Foto: Wikimedia Commons/Stolz, Gary M., U.S. Fish and Wildlife Service

O Dia Internacional da Biodiversidade – 22 de maio – tem como tema central, neste ano, Água e Biodiversidade, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. A proposta reforça a Década Internacional para a Ação Água para a Vida (2005-2015) e as mobilizações em 2013 do Ano Internacional da Cooperação pela Água.
Segundo a ONU-Água (um braço da ONU que reúne 28 organizações como agências especializadas e comissões regionais, entre outras instituições), a Estratégia Operacional para Água Doce 2012-2016 propõe quatro prioridades essenciais aos países: enfrentar o desafio global pela qualidade da água; obter benefícios dos ecossistemas aquáticos; desenvolver a capacidade de recuperação dos biomas face às mudanças climáticas e incorporar eficiência ao uso dos recursos hídricos. 
A situação atual no mundo retrata um quadro emergencial. Estima-se que um bilhão de pessoas não têm acesso ao abastecimento de água em quantidade suficiente. O padrão mínimo, segundo a ONU, é que haja uma fonte que tenha condições de fornecimento de 20 litros por pessoa ao dia localizada a uma distância de até mil metros de seu local de consumo.

A data serve ainda para reforçar o alerta mundial sobre o aumento de espécies em risco de extinção no planeta e, ao mesmo tempo, dar divulgação a novos estudos e obras que estão sendo lançados neste ano. 

Union for Ethical Biotrade (UEBT), por exemplo, lançou o Barômetro da Biodiversidade 2013, em Paris, neste mês. De acordo com a pesquisa, que foi realizada com seis mil pessoas em seis países (Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos, Reino Unido e França), 75% dos consumidores estão conscientes sobre a biodiversidade e 48% deram a definição correta do termo. Especialmente no Brasil, esses percentuais foram 96% e 51% de acerto para as duas questões, respectivamente. As principais fontes para a geração de conhecimento, de acordo com os entrevistados, são documentários, escola e publicidade. 

No Brasil, para aguçar a sensibilidade do público infanto-juvenil, o Museu da Vida da Fiocruz, no Rio de Janeiro, mantém em cartaz até julho, a exposição Floresta dos Sentidosque tem como mascote o bicho-preguiça. A mostra é gratuita e reúne dados sobre a biodiversidade das florestas brasileiras, que envolvem temas como a disputa entre espécies nativas e invasoras, tráfico de animais e a biopirataria (apropriação de conhecimento gerado a partir da fauna e flora). Uma instalação chamada de Caverna dos Sons possibilita ao visitante se sentir no ambiente natural com coaxos e zumbidos de insetos, entre outros sons da mata. 
Risco de extinção

Na lista de animais ameaçados de extinção, um dos alertas recentes é sobre a situação do guepardo, o animal terrestre mais rápido do mundo. 

Especialistas informam que a espécie pode desaparecer até 2030, segundo noticiado pela France Press. A estimativa é que restem 10 mil em vida selvagem contra 100 mil registrados no início do século XX, na África, Irã e Oriente Médio. O levantamento é do Fundo de Proteção ao Guepardo. 

Na região do Chile e do Peru estão em perigo os pingüins-de-Humboldt, que não chegam a 50 mil exemplares. Estudos recentes apontam que o fenômeno El Niño e os ratos ameaçam a sobrevivência da espécie. Um dos poucos lugares em que podem ser encontrados é na ilha de Pájaro Niño, no balneário de Algarrobo, localizado 120 quilômetros a oeste de Santiago. A área foi declarada Santuário da Natureza em 1978.

Lançamentos editoriais

Nas livrarias e bibliotecas, já podem ser conferidos alguns lançamentos editoriais. Sobre a Amazônia, o 15º volume da enciclopédia internacional Handbook of the Birds of the World (Coletânea de Aves do Mundo) anuncia 15 novas espécies de aves do bioma, sendo 11 endêmicas da Amazônia brasileira (somente encontradas nessa região). As descrições foram feitas por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e dos Museus Emílio Goeldi, de Zoologia da Universidade de São Paulo e de Ciência Natural da Universidade Estadual de Louisiana (EUA).

Entre as novidades editoriais nacionais também estão os títulos Série Memória Arqueologia e Biodiversidade Amazônica, respectivamente de Maria Arminda Mendonça e Geni Conceição de Barros Cauper, do Programa Mania de Ler do governo amazonense.
Fonte: Revista Horizonte Geográfico

Nenhum comentário: