A professora Jerusa Eulálio, é integrante do grupo LEITURA VIVA, que atua na comunidade contando histórias. Reforça sempre em seu trabalho a necessidade da preservação ambiental. O texto “Cerrado do Meu Coração”, é fruto de sua participação no Reeditor Ambiental VI 2009, inspirado na literatura de cordel para despertar nas crianças e nos adultos o cerratense dentro de nós.
Cerrado do Meu Coração
Jerusa Eulálio
Meu senhor dono da casa,
Da licença de chegar.
Viemos anunciar, alertar e convidar a salvar a natureza
O cerrado! A nossa grande mãe beleza.
Cerrado de poeira vermelha
De árvores desordenadas e retorcidas
De murundus e veredas
O guarda águas dos sertões.
Das terras brasileiras de nossos corações.
Cerrado pai das águas, caixa d’água nacional
Tem águas emendadas, corre norte, corre sul.
Nessas águas corredeiras
Têm pintado, piau, traíra, piracanjuba, abotoado e pacú.
Riscam o céu em meio às nuvens
Aves em extinção
Pica-pau, papagaio, sabiá,
Macuco, mutum e mergulhão.
No cerrado tem catira, tem folia tem brincadeira.
Capivara, tamanduá e urutu
Dançam na mata com a jaguatirica, o gambá e o tatu.
Também rodopiam e salteiam
A onça-pintada, o lobo-guará e o teiú.
Sua vegetação é medicinal,
É remédio natural.
Assa-peixe, pau-ferro, barbatimão,
Chapéu de couro, pau-pombo, cipó-de-são-joão.
Cura males, cura dores, curam feridas,
Suas plantas salvam vidas.
Existe um colorido perfumado por todo lado.
Quaresmeiras, ipês, bromélias,
Orquídeas e figueiras.
A mais bonita com certeza
É a flor do diabo,
A caliandra do cerrado.
Vamos salvar!
Para erosão não devorar.
Vamos replantar para a terra a chuva não levar.
O negócio é salvar!
Para o cerrado nos recompensar
Com muita fartura:
Pequi, jatobá,
Babaçu, buriti,
Mangaba e Ingá.
Venha cá! Vamos sair por aí!
Ensinando a cuidar.
Não desmatar para o córrego não assorear.
Respeitar o tempo da natureza para ela reflorestar.
Não jogar lixo nas ruas nem da água abusar,
Queimadas? Nem pensar!
A natureza não perdoa,
Ela pode nos castigar.
Meu senhor dono da casa dá licença de sair
Agora vamos embora
Pelo cerrado afora.
Todas as crianças vão gostar
E do cerrado vão cuidar.
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