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ÍNDICE DE FELICIDADE INTERNA
Uma ideia que surgiu no Butão
O Butão é uma monarquia budista encravada entre o Nepal, China e Índia, onde muitos monges tibetanos escolheram morar há cerca de dois mil anos. O terreno acidentado e de difícil acesso deixou o país isolado durante séculos. Mas, foi no final do século passado que o Butão começou a ter contato com o resto do mundo e a recuperar o atraso socioeconômico em que vivem seus quase 700 mil habitantes.
Nas últimas duas décadas o país elevou o índice de alfabetização de 10 para 60%, a expectativa de vida de 43 para 66 anos e reduziu o índice de mortalidade infantil de 163 para 40, por mil crianças. Mas o grande desafio do reino é promover o desenvolvimento do país e dos súditos sem cair nos erros dos modelos econômicos já existentes, que acarretam desarmonia familiar, degradação da natureza e o círculo vicioso de produção e consumo exacerbado. A ideia é criar um modelo de desenvolvimento que coexista com a felicidade.
Diferença entre PIB e FIB
O Butão contesta o conceito internacional de quanto maior o PIB (Produto Interno Bruto) melhor a qualidade de vida e maior a felicidade de uma nação e propõe uma nova medida que incorpore a felicidade entre os indicadores socioeconômicos: a FIB.
A FIB (Felicidade Interna Bruta) se baseia em dados de bem-estar, cultura, educação, ecologia, padrão de vida e qualidade de governo, não se limitando à produção e ao consumo, como acontece com o PIB, que representa a soma dos valores de todos os bens produzidos em um país, em determinado período.
Enfim, o Butão propõe um modo de avaliar o desenvolvimento de um país que não se baseie estritamente no fluxo de dinheiro porque o que medimos afeta o que fazemos, logo se nos preocuparmos só em medir produção vamos acabar produzindo mais e mais.
Contudo, o mundo já constatou que altos índices de produção e consumo escondem com freqüência muita injustiça, violência, medo, exclusão social, criminalidade, vício, corrupção, desajustes... que perturbam a harmonia familiar e a vida da sociedade.
Por um outro índice, o de Desenvolvimento Humano (IDH), o Butão ocupa o 132º lugar das 182 nações relacionadas. Esse indicador leva em consideração aspectos como riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade da população, mas não avalia itens como paz, harmonia, segurança, confiança, respeito à natureza, preservação da cultura, prazer de viver, que são indispensáveis à felicidade.
Transformando sonhos em realidade
Essa busca de uma terceira via para promover o desenvolvimento socioeconômico tem fortes raízes na filosofia budista. Seu mentor foi o quarto rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, que, embora tenha estudado no Reino Unido, acredita que “o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade tem lugar quando os avanços no material e no espiritual se complementam e se reforçam”.
O rei Jigme abdicou em favor de seu primogênito que dá prosseguimento ao idealismo do pai, inclusive no que se refere à democracia, assinando a primeira Constituição do país em 2008. Até para escrever a Carta Magna, o Butão inspirou-se nas experiências internacionais existentes, usando mais uma vez a realidade mundial como referência para a definição de novos caminhos.
O Butão é uma das menores economias do mundo. 80% dos butaneses trabalham na agricultura. O país aposta no aumento da produção de energia hidroelétrica, que hoje vende para a Índia, e no turismo, que é controlado para que não se torne predatório. Em 2007, o Butão foi a segunda economia a crescer mais rapidamente no mundo, embora o país ainda dependa bastante de ajuda externa.
Assim, um pequeno país desencadeia uma grande reflexão mundial. Economistas e pesquisadores se debruçam sobre essa nova visão de progresso e desenvolvimento aliados à felicidade. A importância de se criar uma medida mais apurada, é que ela possibilita uma correção de rumo das metas políticas a serem alcançadas no futuro e na execução de seus projetos. E é o que todo mundo aguarda...
Fonte: IG Educa
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