3 de set. de 2011

Identificada nova espécie de primata em Mato Grosso

                                          ZOGUE-ZOGUE
Pesquisadores descobrem nova espécie de macaco na região do Mato Grosso.

Em tempos de extinção e desmatamento, tomar conhecimento de notícias que confirmem a luta da natureza pela sobrevivência é, no mínimo, emocionante. Por intermédio de uma expedição patrocinada pelo WWF-Brasil (uma organização de conservação global) em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema), pesquisadores descobriram novas espécies de plantas e peixes na região, bem como um tipo inteiramente novo de zogue-zogue - uma espécie de macaco - que até então era desconhecida em todo mundo.
O novo primata foi identificado pelo biólogo Julio Dalponte, na Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, localizada no Município de Aripuanã, com uma área aproximada de 57.630h (cinquenta e sete mil seiscentos e trinta hectares). A Reserva, criada em agosto de 1999, visa assegurar a conservação dos recursos naturais na região, visto que nas últimas décadas, o noroeste do estado vinha sendo devastado pela ocorrência de garimpo, extração de madeira, pesca predatória e abertura de pastagem - mesmo dentro das áreas protegidas. 

Zogue-Zogue
Da ordem dos Primatas, os macacos zogue-zogue são naturais da Floresta Amazônica e pertencem ao gênero Callicebus. Esses animais se alimentam de folhas e sementes tenras, frutos, insetos e bambus. Também conhecido como saá, sauá, uapuçá e arabasu, o zogue-zogue tem um período curto de vida: 13 anos. Ele pesa entre 700 e 1.200 gramas e movimenta-se utilizando os quatro membros. Possuem como características físicas três cores distintas: acinzentada, amarela e marrom aguti, todas localizadas nas partes superiores e laterais da cabeça, além de tronco e membros.

A espécie encontrada pelo biólogo vive em partes ainda intocadas das florestas do Mato Grosso. Ele foi encontrado entre os rios Guariba e Roosevelt, dois dos mais importantes cursos d'água do noroeste mato-grossense. A descoberta confirma a enorme biodiversidade da Amazônia e abre novos horizontes para o estudo dos primatas.

De acordo com o Júlio Dalponte, o macaco apresenta características diferentes das outras espécies de zogue-zogue já encontradas na região, como o tom de sua coloração, por exemplo. "Este primata tem detalhes na cauda e na cabeça que não foram vistos até agora em outros zogue-zogues originários desta área", disse ele.

Biodiversidade
Vale ressaltar que a biodiversidade é caracterizada pela riqueza e variedade no mundo natural, ou seja, a abundância de espécies diferentes, sejam elas animais ou vegetais. Por isso, a preservação do meio ambiente se faz necessária.
Ao destruir um ecossistema poderemos extinguir seres que ainda nem foram descobertos. É impossível delimitar a quantidade de espécies animais e vegetais que há no mundo. Atualmente, temos em torno de 1,5 milhão identificadas e classificadas, mas este número pode chegar a 10 milhões.

Tombado pelo Museu
O mais novo primata da Amazônia foi tombado pelo Museu Goeldi para ser estudado e classificado seguindo as normas internacionais de taxonomia. Todos os dados do animal, como o seu peso, cor do pelo, comprimento da cauda e habitat foram registrados. As informações serão informatizadas e ficarão disponíveis para outros pesquisadores no futuro.  O objetivo do Goeldi é conhecer a fauna do noroeste do Mato Grosso que, segundo estudiosos, ainda configura um enorme quebra-cabeça.

Segundo Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, essa descoberta salienta a importância de órgãos que garantam a proteção de espécies da flora e fauna. "O Brasil é um país megadiverso e é fundamental a conservação dos ecossistemas e das espécies”. afirmou ele.
Fonte: Ig Educa

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