Nem todo morcego é vampiro

Fotos: Thiago B. Vieira

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, no mundo só existem 3 espécies de morcegos hematófagas (que se alimentam de sangue) das mais de 1200 descritas. No Brasil temos 172 e as 3 hematófagas ocorrem em todo o território nacional.
A maioria dos morcegos prestam diversos serviços ambientais tais como: polinização, dispersão de sementes, controle de insetos e pragas.
São os únicos mamíferos que têm capacidade de voar com seus próprios meios. Suas mãos têm membranas que funcionam como eficientes asas e por isso são chamados de chiroptera (chiro = mão e ptero = asa). Os quirópteros apresentam o mais diversificado comportamento alimentar, podem ser frugívoros, insetívoros, nectarívoros, carnívoros, onívoros e hematófagos, preenchendo um grande número de nichos ecológicos.

Agricultores normalmente não percebem a importância desses seres no controle de pragas. Pesquisadores da UnB, em parceria com a UFG, desenvolvem um projeto de pesquisa que busca entender e comprovar a contribuição dos nossos amigos mamíferos alados na captura de insetos e dispersão de sementes entre unidades de conservação e plantações circunvizinhas. Outro projeto desenvolvido consiste em montar um banco de sons que servirá de referência para identificações futuras.

Em outubro de 2010, o trabalho é realizado na Estação Ecológica de Águas Emendadas, que conta com 5 (cinco) pesquisadoras, sendo 4 (quatro) de Goiânia GO e 1 (uma) de Brasilia DF. Durante 6 (seis) noites serão armadas redes de neblina, armadilhas para insetos e gravações de ecolocalização.

A ecolocalização é um método usado pelos morcegos para se guiarem na escuridão. Explicando melhor: eles emitem ondas ultrasonoras que vão de encontro aos obstáculos ou presas;, o eco que retorna é interpretado instantaneamente e, assim, podem localizar-se com precisão, no caso dos insetívoros essa precisão chega a ser milimétrica.

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