29 de out. de 2009

Curso Reeditor Ambiental VII 2010

Reeditor Ambiental VII 2010
Público Alvo:
Professores da rede pública do DF de todas as áreas do conhecimento e níveisde ensino.
Carga Horária: 100h presenciais e 80h não presenciais, totalizando 180h.
Dia: terça-feira das 8h30min às 11h30min
Início: 02 de março com previsão de término em 26 de outubro (Totalizando 30 encontros presenciais com duração de 3 horas cada um).
02 de março com previsão de término para 26 de outubro (Totalizando 30 encontros presenciais com duração de 3 horas). O curso está e consonância com o calendário escolar da Secretaria de educação do Distrito Federal
Local: Centro de Informação Ambiental da Estação Ecológica de Águas Emendadas, BR-020 km 22 Planaltina-DF
Coordenação:
Izabel Magalhães
Muna Ahmad Yousef

Equipe de apoio:
Rafael Silva Evando F. Lopes
Osmar de Souza
José Braz Ferreira
Inscrição: Recomenda-se de dois a três inscritos por unidade de ensino. Dentre os participantes devem constar professores regentes, uma vez que o curso focaliza a metodologia de projetos desenvolvidos com alunos
Período: de 08 a 28 de fevereiro de 2010
Objetivo: aprimorar o profissionalismo do educador no espaço escolar, incentivando-o e qualificando-o a realizar projetos que visem à conscientização e preservação do meio-ambiente, com vistas a ações concretas de intervenção no mesmo.
O curso é certificado pelo Instituto Brasília Ambiental – IBRAM-DF e WWF Brasil e gratuito.
Contamos com as parcerias da CAESB, Seguros Unimed, WWF Brasil e Instituto Paulo Montenegro-IBOPE.
Em caso de duvida entre em contato conosco esec.aguasemendadas@gmail.com
A autoformação na educação ambiental da Estação Ecológica de Águas Emendadas

O cientificismo do século XIX transformou o ser humano em objeto, reduziu a realidade ao mensurável, observável e previsível e baniu do campo do conhecimento o transcendente e o sagrado. Para superar esse modelo, surge no campo das ciências ditas humanas um novo olhar na busca de uma visão integrada do ser humano e da natureza. Esse novo paradigma denominou-se pensamento transdisciplinar, que, no campo da educação, contribui para processos formativos que valorizem o crescimento pessoal, social e espiritual, na perspectiva da unidade entre ser e fazer. Nesse sentido, a experiência em formação docente na área de Educação Ambiental desenvolvida na Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE), Unidade de Conservação localizada na região nordeste do Distrito Federal, aproxima-se do pensamento de Galvani quando propõe uma abordagem interior da educação: a autoformação, em que o docente, de maneira autônoma e criativa, possa construir parâmetros de sua própria existência. Todo ser vivo, de acordo com suas peculiaridades, vivencia processos contínuos de aprendizagem durante sua existência, em sua interação com o meio e a partir da mesma. Segundo Maturana (2000:87), “há um sistema vivo e um meio: o sistema vivo e o meio mudam juntos, coerentemente, sem nenhum esforço”. A autoformação focaliza o desenvolvimento da consciência humana, em que viver é um permanente autoconhecer e reconhecer os níveis de realidade circundante.
A autoformação, de acordo com Galvani (2002:96), “é um componente da formação considerada como um processo tripolar, norteado por três polos principais: si (autoformação), os outros (heteroformação) e as coisas (ecoformação)”. A autoformação é um processo dinâmico, conduzido pelos sujeitos na tomada de consciência frente ao fato primordial que é o estar vivo, e ocorre em consonância com os outros e com o meio. Esses polos são considerados igualmente importantes na abordagem da complexidade que envolve a formação de docentes. Os diferentes níveis de percepção que os indivíduos têm de si mesmos são infl uenciados por seu nível de consciência, por sua formação e consequente visão de mundo. As epistemologias e métodos utilizados favorecem a abertura dos campos perceptivos, possibilitando a passagem de um nível de realidade a outro. Então, o docente passa a perceber a complexidade e a complementaridade que o envolve e o ambiente no qual está inserido, ultrapassando assim os aspectos pessoais e sociais de sua existência. Os espaços de aprendizagem criados na formação em Educação Ambiental da ESECAE contam com atividades práticas, como rodas de automassagem, trilha sensitiva, trilhas no Cerrado, ciclo de palestras, modelagem com argila, pintura em aquarela, teatro, exercício de confi ança e pesquisa – Nossa Escola Pesquisa sua Opinião - NEPSO. Esses procedimentos atuam nos espaços prático, simbólico e epistêmico, a partir da bagagem existencial de cada um, na perspectiva de se entender os diferentes níveis de interação do individuo com o ambiente.
Essas atividades funcionam como eventos que desencadeiam descobertas nos níveis de interação formadora de que fala Galvani. Nesse processo, consideramos o que Maturana nos diz a respeito das emoções: “o que as emoções fazem é especifi car como você está no campo relacional, na sua corporalidade, na sua atitude(...)” (MATURANA, 2000:99), o que nos faz pensar a experiência como algo que nos constitui e nos revela. As produções individuais e coletivas geradas a partir dessas atividades são registradas por meio de depoimento escrito, fotografi a, desenho, gravação e audiovisual. As refl exões e impressões dos docentes são socializadas em rodas de conversa e, dessa maneira, o grupo torna-se um importante espaço de aprendizagem, e os indivíduos são sujeitos de seu próprio processo formador. Segundo Galvani (2002:97), “não é possível pensar a autoformação sem articular o acoplamento interativo pessoa/meio ambiente e a tomada de consciência refl exiva”. Essas dimensões da formação docente não apresentam hierarquias, são trabalhadas ao longo da formação, e o resultado dessas intervenções metodológicas depende também do momento pessoal do participante, do seu nível de realidade e do espaço de aprendizagem proporcionado.
A autoformação numa perspectiva transdisciplinar busca a promoção da consciência para colaborar com a formação de docentes comprometidos com a construção de novos espaços de aprendizagem, nos quais estejam presentes o respeito, a criatividade, o cuidado, a amorosidade e a capacidade de se propor ações que contribuam para o desenvolvimento integral dos indivíduos e da coletividade.

Educadoras:
Maria Izabel da Silva Magalhães
Muna Ahmad Yousef
Trabalho Corporal: Promove o desenvolvimento individual e a integração do grupo. O corpo é a representação concreta do ser no espaço no qual ele está inserido. O ser habita um corpo em constante e simultâneo diálogo interno e externo e se expressa por meio de seus movimentos, sentimentos, gestos pensamentos e emoções.

Leitura da Paisagem: A percepção do espaço em que estamos inseridos nos confere uma relação de pertencimento e afetividade com o lugar.
Trilha Monitorada: O uso pedagógico do espaço natural do cerrado como evento heurístico, restaurador da essencialidade do conhecimento e das fontes primordiais da criação, que enriquecem as matrizes do nosso imaginário.
Ciclo de Palestras: durante o curso são realizadas palestras temáticas com especialistas que atuam em diversas áreas do meio ambiente
Milton da Costa Araújo Filho - Cuidando dos Mananciais CAESB. Reeditor VI 2009
Vera Lessa Catalão Água como matriz ecopedagógica Faculdade de Educação UnB. Reeditor VI 2009
A metodologia de pesquisa de opinião (NEPSO – Nossa Escola Pesquisa sua Opinião do Instituto Paulo Montenegro) favorece a abordagem transdisciplinar dos conteúdos curriculares, promove a integração dos docentes, contribui para a democratização e produção de conhecimento e favorece o protagonismo juvenil.
Uma experiência de pesquisa de opinião realizada pela professora Ivana Caldeira da Escola Classe Paraná com alunos da 4ª serie do ensino fundamental no Reeditor V 2008
A água é uma questão pouco discutida, se levarmos em conta seu aspecto social e a forma como lidamos com ela no cotidiano. Considerando a importância de perceber como nos relacionamos com a água, decidi abordar esse tema junto a meus alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, no trabalho de pesquisa de opinião — NEPSO.
A Escola Classe Paraná localiza-se na Vila Buritis, entre as quadras 1 e 2; atende a alunos de setores diferentes de Planaltina, sendo a maioria moradores das quadras próximas; trata-se de uma escola pequena, que possui apenas 11 turmas em cada turno e não funciona à noite; trabalha com educação infantil e atende também a alunos portadores de necessidades especiais, totalizando cerca de 650 alunos.
Os 28 alunos envolvidos na pesquisa formam a 4ª série C, todos na faixa etária dos 10 anos; todos moradores de Planaltina, de setores os mais diversos: Buritis II, III e IV, Arapoanga, Jardim Roriz e Estância.
Escola Classe Paraná Foto: Ivana Caldeira
Escola Classe Paraná
Definido o tema, estudamos mais sobre a água, seu ciclo, sua importância, quais mananciais abastecem nossa cidade. monitorada à Estação Ecológicade Águas Emendadas; os alunos produziram textos, fizeram cálculos matemáticos, elaboramos juntos os termos dapesquisa; vimos como é séria a questão da escassez de água potável e decidimos investigar como acomunidade se relaciona com esse bem tãoprecioso.Por meio de um questionáriocom 10 perguntas, procuramos saber se as pessoas conheciam a origem da nossa água. Entãocalculamos a quantidade deágua gasta mensalmente por elas e como era gasta essaágua. Com o questionário em mãos, os alunos se dividiram em equipes e partiram parao trabalho de campo. Foram entrevistadas 100 pessoas. Encerrada a etapa do trabalho de campo, reunimos os questionários em sala, e cada grupo fez a tabulação dos dados para a elaboração dos gráfi cos. Pudemos constatar que a maioria da população consome menos de 150 litros de água por dia (um morador do Lago Sul consome cerca de 500); percebemos, pelas respostas, que muitos dos entrevistados têm hábitos que ajudam aeconomizar água e notamos na maioria deles uma preocupação com a escassez de água no futuro.Tomando por base o consumo de água, vemos, após a observação dos dados e conforme a informação passada pela mídia, que o mais grave problema está entre as classes mais favorecidas, por consumir bem mais água que as classes menos favorecidas. O encerramento de nossos trabalhos (embora eu acredite que as informações obtidas continuam ecoando na consciência de nossos alunos e que puderam tomar conhecimento dos resultados) se deu com a apresentação dos resultados ao lado de outras escolas que também estavam desenvolvendo projetos de pesquisa de opinião. Na ocasião, montamos o estande com nossos textos, desenhos e fotos feitos ao longo da pesquisa. As alunas da turma prepararam uma coreografi a para a música “Chega de Mágoa”, de autoria do Djavan, que foi tema de uma campanha na década de 80 para ajudar os nordestinos que estavam sofrendo com a longa seca.

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