18 de ago. de 2010

Os Serviços Ambientais da Biodiversidade – Parte I

"O maior papel da biodiversidade é servir a própria natureza para manter o ambiente em equilíbrio"

“A biodiversidade está na natureza, em todo lugar, ao nosso redor: uma enorme cornucópia de espécies silvestre e cultivadas, diferentes em sua forma e função, com beleza e utilidade muito além da mais ampla imaginação. Porém, primeiro, precisamos conhecer essas plantas e esses animais e descrevê-los, antes de esperarmos entender o que cada um deles significa na grande estrutura biológica e humana das coisas”.
Polinização
Em sua busca diária por alimento, abelhas e outros insetos, alem de alguns pássaros e morcegos, transportam o pólen de uma planta para outra, pois enquanto param numa flor, para sugar o doce néctar, ficam empoeirados com o pólen. Ao voarem para outra flor, parte desse pólen se desprende e pode fecundar os óvulos e produzir sementes. A polinização não só ajudam as plantas silvestres, como também plantações dependem desses polinizadores naturais.
Abelha Jataí (Tetragonisca angustula) em um piquizeiro (Caryocar brasiliense; Caryocaraceae). Foto: Evando F. Lopes
Controle Biológico
Existe um processo de equilíbrio natural entre predadores e presas que contribuem para evitar a superpopulação de uma espécie num determinado ecossistema. Algumas espécies ajudam a controlar pestes, como, por exemplo, pássaros, vespas e libélulas, que são responsáveis por comerem milhões de insetos que, de outra maneira, poderiam devorar plantações ou prejudicar outras espécies. Quanto maior a diversidade de espécies, maior o equilíbrio da teia alimentar.
Jibóia (Boa constrictor) começando a engolir um Calango (Ameiva ameiva) Foto: Evando F. Lopes
Reciclagem de Matéria Orgânica
Todo ser vivo vai morrer um dia. Alguns organismos, como fungos e bactérias, decompõem os restos de animais e plantas, ou matéria orgânica morta, utilizando-os como alimento. Eles são chamados decompositores. Ao mesmo tempo em que obtêm energia de seu alimento, os decompositores produzem a degradação da matéria orgânica, devolvendo-a ao solo sob a forma de minerais e outras substâncias nutritivas, que podem ser absorvidas pelas raízes das plantas. Portanto, o “lixo” de uma espécie torna-se alimento de outras, contribuindo para a renovação constante do ciclo de vida. Não haveria vida sem a ajuda dos decompositores.
Urubu-comum ou urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) Foto: Evando F. Lopes
Filtragem da Água
Umas das técnicas para limpar a água é colocá-la num filtro. Um processo semelhante acontece na natureza quando a água passa por uma terra pantanosa. Quando o fluxo de água suja passa pela vegetação que cresce no pântano partes dos seus poluentes e sedimentos é retida, filtrando a água. As terras pantanosas (pântanos de água doce ou de água salgada, brejos e mangues), são áreas que têm um solo encharcado ou são cobertas o tempo todo, ou parte dele, com a água rasa, entretanto, as plantas não são os únicos seres vivos que limpam a água. Animais aquáticos, como as ostras, que bombeiam água por meio do seus corpos para obterem alimento para si próprias, também acabam limpando a água em que vivem. Graças ao trabalho desses agentes naturais, filtrar é muito mais fácil e barato. Imagine quantos filtros seriam necessários para filtra a água que usamos todos os dias!
 
Essa flor aquática (Utricularia purpurea) ocorre bastante na Lagoa Bonita da Estação Ecológica de Águas Emendadas.
Foto: Evando F. Lopes

Nenhum comentário: