15 de out. de 2011

Conheça as aves de Águas Emendadas - Ave da semana - arara-canindé (Ara ararauna)

Foto: Evando F. Lopes
Ele sonhava estar num lugar feliz no litoral entre palmeiras, coqueiros, dunas de areia e o mar num encontro animado de amigos e poetas quando de repente foi despertado pelo grito áspero das araras sobre a casa. Acordou perto das sete da manhã: Aráaaa... aráaa... aráaa... pulou da cama e correu para a janela ainda a tempo de conseguir avistá-las. Sobrevoavam o sítio três araras azuis, lindas e como sempre muito barulhentas e espalhafatosas. Pousaram no alto de um pequizeiro próximo para descansar da jornada ou talvez em busca de algumas flores da árvore como alimento. Ficaram algum tempo conversando mas logo seguiram viagem e o deixaram pensando. Quem dera poder voar sobre florestas e rios ao redor deste vale, entre os campos floridos, veredas e buritizais como essas belas canindé azuis. Fugir quando quisesse dos rigores do final da seca, quando a baixa umidade, o clima de deserto lhe tira a vitalidade, para se recompor junto a umidade de uma bela cachoeira.

Araruna – arara azul, como as chamava o povo Tupi, uma brava gente que amava a natureza e pelo que tudo indica tinha alma de poeta. Souberam descrever com beleza todas as regiões do continente: suas montanhas, matas, rios, lagos, árvores e toda a numerosa fauna. Com eles é que os europeus aprenderam o nome e os hábitos dos bichos e pássaros deste continente sul americano. Pindorama – Terra das palmeiras era como chamavam a terra onde viviam e em seus sonhos visionários mais selvagens e nas canções que faziam para entreter as crianças, aprendiam a voar junto com ararunas, as canindé azuis.
Araruna anarê/ ê / araruna anarê/ in’y keu’y köwaná/ araruna anarê *

* canção dos índios Parakanã do Pará, recolhida pela pesquisadora cerratense Marlui Miranda



Texto gentilmente enviado pelo grande amigo de Águas Emendadas, o poeta e pintor Romulo Andrade.
A arara-canindé é uma ave psittaciforme da família Psittacidae. Conhecida também como arara-de-barriga-amarela, canindé, arara-amarela e ara-arauna.Não é considerada como sendo ameaçada, embora seja apreciada como ave de gaiola. Suas populações estão diminuindo e algumas delas já estão extintas. Em Trinidad foi realizado um processo de reintrodução bem sucedido.
Vocalização

Características
Mede cerca de 80 centímentros de comprimento. Grande e de rabo longo. Inconfundível e vistosa coloração azul ultramarino no dorso, e amarelo-dourado na parte inferior desde a face, ventre até o rabo, garganta com linha negra e área nua na cabeça com linha de penas negras. Os jovens têm as asas e o rabo café-acizentado e os olhos pardos.
Foto: Evando F. Lopes
Alimentação
Migra em certas épocas do ano, em busca de alimento. Desloca-se a grandes distâncias durante o dia, entre os locais de descanso e de alimentação. Alimenta-se basicamente de sementes, frutas e nozes.


Foto: Evando F. Lopes
Reprodução
 Nidificam entre dezembro e maio em buracos no tronco de grandes palmeiras mortas, entre 10 e 25 metros de altura, pondo 2 ovos, que são incubados por 24-26 dias.
Foto: Evando F. Lopes
Foto: Evando F. Lopes


Hábitos
É localmente comum na copa de florestas de galeria, várzeas com palmeiras (buritizais, babaçuais, etc.), interior e bordas de florestas altas, a cerca de 500 m de altitude. Vive em pares ou em grupos de 3 indivíduos, combinação mantida também quando formam-se bandos maiores de até 30 indivíduos.
Foto: Evando F. Lopes


Distribuição Geográfica
Cidades onde os observadores do WikiAves registraram ocorrências da espécie arara-canindé (Ara ararauna). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.
Fotos: Evando F. Lopes

Um comentário:

romulo disse...

Ele sonhava estar num lugar feliz no litoral entre palmeiras, coqueiros, dunas de areia e o mar num encontro animado de amigos e poetas quando de repente foi despertado pelo grito áspero das araras sobre a casa. Acordou perto das sete da manhã: Aráaaa... aráaa... aráaa... pulou da cama e correu para a janela ainda a tempo de conseguir avistá-las. Sobrevoavam o sítio três araras azuis, lindas e como sempre muito barulhentas e espalhafatosas. Pousaram no alto de um pequizeiro próximo para descansar da jornada ou talvez em busca de algumas flores da árvore como alimento. Ficaram algum tempo conversando mas logo seguiram viagem e o deixaram pensando. Quem dera poder voar sobre florestas e rios ao redor deste vale, entre os campos floridos, veredas e buritizais como essas belas canindé azuis. Fugir quando quisesse dos rigores do final da seca, quando a baixa umidade, o clima de deserto lhe tira a vitalidade, para se recompor junto a umidade de uma bela cachoeira.

Araruna – arara azul, como as chamava o povo Tupi, uma brava gente que amava a natureza e pelo que tudo indica tinha alma de poeta. Souberam descrever com beleza todas as regiões do continente: suas montanhas, matas, rios, lagos, árvores e toda a numerosa fauna. Com eles é que os europeus aprenderam o nome e os hábitos dos bichos e pássaros deste continente sul americano. Pindorama – Terra das palmeiras era como chamavam a terra onde viviam e em seus sonhos visionários mais selvagens e nas canções que faziam para entreter as crianças, aprendiam a voar junto com ararunas, as canindé azuis.

Araruna anarê/ ê / araruna anarê/ in’y keu’y köwaná/ araruna anarê *

* canção dos índios Parakanã do Pará, recolhida pela pesquisadora cerratense Marlui Miranda