A fúria indomável do fogo no cerrado

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Com união e amor no coração podemos controlar até o fogo

O fogo, quando se alastra pela vegetação do cerrado no período da seca (no Distrito Federal de abril a outubro), causa tantos danos que não existem métodos precisos para se calcularem os estragos, levando-se em conta que milhares de vidas são ceifadas pela violência incontrolável desse elemento da natureza.

As aves têm a vantagem de poderem voar e se abrigarem em locais seguros, mas não podem levar consigo seus ninhos, onde podem ter filhotes e/ou ovos.

Os répteis são seriamente prejudicados e a maioria são mortos; os insetos alados tentam voar, mas boa parte acaba virando comida das aves de rapina que aproveitam seu desespero, tentando fugir das chamas.

Os roedores de pequeno porte (por exemplo: ratinhos silvestres) saem de suas tocas em abalada carreira, tentando se abrigar do calor que ultrapassa os mil graus centígrados.

Passados alguns meses, a vegetação apresenta sinais de recuperação, no entanto algumas árvores e arbustos morrem por não terem casca grossa, que serviria como isolante térmico. Presenciar um incêndio no cerrado, como o que ocorreu em Águas Emendadas, no último dia 08 de setembro de 2010, é algo aterrorizante.

Vejam, nas fotos abaixo (clique na foto para ampliar), como o fogo consome as gramíneas e a vegetação em questão de minutos. Veja também o esforço do Corpo de Bombeiros Militar do DF e dos funcionários da Estação Ecológica e de outras áreas de preservação - como do Parque Pequizeiro e do Parque Nacional de Brasília. A Administração Regional de Planaltina (DF) enviou um caminhão pipa, conduzido por um corajoso motorista que, sem medo, entrou com o veículo salvador pelo mato, juntamente com bombeiros, servidores do GDF e voluntários moradores do Condomínio Mestre D'Armas. Eles conseguiram controlar o fogo, salvando boa parte da área de cerrado que protege a Lagoa Bonita.

Como começou?

O fogo veio de uma área vizinha da Estação Ecológica, onde há uma gleba de cerrado com muito material combustível, além das espécies invasoras, como o capim brachiaria e andropogon. Há também bastante lixo, entulho, móveis velhos de madeira, pano e espuma, todos altamente combustíveis. É possível deduzir com facilidade os outros acontecimentos. Algum criminoso que não tem amor à natureza e nem educação ambiental deu início ao incêndio que, em poucos minutos, ficou totalmente incontrolável.